Revista Helena

Infalível-infalável

Enquanto me preparava para produzir estas imagens para a revista Helena, me perguntava: o que posso propor para quem conhece ou vive a cidade de Curitiba? O que nos faz autores desta ou de qualquer outra cidade? De que forma criamos as imagens que mais tarde assumimos como se estivessem sempre estado ali? Será que as imagens podem realmente falar algo do que somos? Aos olhos da autoridade – e talvez por isto – nada se assemelha mais ao terrorista do que o homem comum.
Gosto de pensar o mundo através das imagens, pois há, nelas, uma natureza de acidente. Não existe nelas uma realidade contínua e as imagens precisam ser geradas a cada instante por quem as olha. A imagem só funciona se estiver viva, para além do racionalismo esclerosante. Nada faz dela verdade, a não ser que a gente possa nela se reconhecer. Um reconhecimento tanto mais potente quanto imprevisto, flutuante e que não se deixa aprisionar.
Estas imagens foram feitas no coração da cidade de Curitiba: o Passeio Público. Ali, me marcou uma visita que fiz, logo que cheguei do lugar onde vivia. A cidade era Passo Fundo; e, como se não bastasse o nome, vivíamos dentro de um jaboticabal, no meio do mato.
Quando entrei no ofidário do Passeio pela primeira vez, senti que a minha vida estava mudando para sempre. Pois não era mais preciso correr para salvar-se das cobras que apareciam na nossa frente. Estávamos todos salvos, nós e as cobras. Uma salvação que aproximava de uma forma estranha a vida e a morte. Ali, comecei a cidade, ali comecei Curitiba.

Die Wellen Brasiliens – Heiter bis glücklich

KUSTFORUM

Die Wellen Brasiliens - Heiter bis glücklich

Alle schauen jetzt nach Brasilien. Das Gastgeberland der WM rückt unweigerlich in den Fokus – auch außerhalb seiner Stadien. Die brasilianische Künstlerin Juliana Stein wirft schon seit längerem einen genauen Blick auf die Gesellschaft ihres Heimatlandes und fängt sie in subtilen Fotografien ein. In der aktuellen Arbeit mit dem Titel The Darkest Waters, die vom 27. Juni bis 15. August in der Galerie Crone ausgestellt ist, verbindet die Künstlerin die geheimnisvolle Kraft des Meeres mit brasilianischer Lebensfreude. Eine Beobachtung, die Juliana Stein während ihrer Aufnahmen an den Stränden Brasiliens machte, bringt die Ambivalenz ihrer Bilder auf den Punkt: „Die Brasilianer gehen wie kaum ein anderes Volk gerne baden, aber wirklich schwimmen können nur die wenigsten.“ Schwimmen muss man, wenn man keinen Boden mehr unter den Füßen hat und sich in die Weiten des tobenden Wassers begibt. Ohne Schwimmen zu können, genießt man die einrollenden Wellen am Ufer – die heitere Seite des Meeres – fern der geheimnisvollen Tiefe am Horizont.

Die Ausstellung „The Darkest Waters“ ist noch bis Mitte August in derGalerie Crone, Rudi-Dutschke-Straße 26, zu sehen.

(c) Juliana Stein, Galerie Crone, Berlin

Zona de silêncio

UNIVERS IN UNIVERS

Juliana Stein / Zona de silencio

Vi por primera vez las fotos de Juliana Stein en el MAC[1], durante la 5ª edición de la Bienal de Curitiba. Una de ellas -un par de pies bajo el agua, uno real y otro ortopédico- me produjo una ligera turbación que gradualmente llegó al estremecimiento. Las imágenes de Juliana Stein operan así, con intensidad progresiva, como si repitieran dentro nuestro aquel procedimiento de laboratorio, cuando de la superficie nebulosa comienzan a emerger, cada vez más nítidos, los seres y las cosas. Las breves conversaciones que mantuvimos me permitieron saber que para ella la fotografía es una práctica de indagación, de exploración. Hay una suerte de descontrol productivo en este “dejarse llevar” por personajes y situaciones que, una vez traducidos a imagen, aguijonean la percepción desde sus tonos graves y hasta desvaídos.

Juliana Stein incursiona en sitios marginales y a partir de ellos reflexiona. “Es curioso –comentó el crítico Philippe Dubois al conocer su obra- encontrar a alguien que piensa la fotografía no sólo como imagen”. Ciertamente, el abordaje de Stein trasciende la condición visual para instalar una zona de silencio que asigna a la fotografía un carácter indicial: muestra la partícula visible de un gran invisible que se manifiesta dosificadamente a través de la imagen. En este caso, el rincón de la espera en la cárcel y el andamiaje interno de la construcción de la Torre del Ojo. A propósito de esto último dice Juliana: “Essas estruturas que se vêem nas imagens e que criam este padrão de repetição que nos parece tão natural e artificial ao mesmo tempo, são aquelas estruturas com as quais ergueu-se o Olho do museu, o olho que seria a alma do museu e que representa a condição crítica da relação museu/comunidade” [2].  

Adriana Almada , julho 2012

[1] Museo de Arte Contemporáneo de Curitiba.

2 Juliana Stein. Correspondencia electrónica, 05.07.12

Expériences sensibles à la Biennale

BIENNALE DI VENEZIA

Expériences sensibles à la Biennale

Une cuve carrée pleine d’une eau verte, dans la pénombre de l’Arsenal. L’eau s’agite et des formes commencent à émerger : maquettes de bâtiments, modèles réduits d’arbres. Ces architectures sont familières : ce sont celles des pavillons nationaux des Giardini. On reconnaît colonnades, verrières, coupoles. A peine a-t-on eu le temps de se repérer, la maquette commence à s’enfoncer. L’eau verte coule dans les allées et les Giardini disparaissent, engloutis. Cette pièce du Chilien Alfredo Jaar n’est-elle qu’une provocation ? Ou l’adaptation du film catastrophe au monde de l’art ? C’est en tout cas l’une des œuvres les plus remarquées de la Biennale et l’un des signes d’une présence latino-américaine particulièrement visible et intéressante.

Si les deux précédentes Biennales étaient marquées par le surgissement du Moyen-Orient et du Maghreb – peu convaincants cette année –, l’actuelle rappelle combien ceux d’Amérique latine et d’Amérique centrale comptent aujourd’hui. Jaar, qui est né en 1956 et vit à New York, en est l’un des plus reconnus.

A quelques pas de lui se trouve l’exposition réunie par l’Institut italo-latino-americain (IILA), “El Atlas del Imperio”. Toutes les nationalités du continent se côtoient, autour de l’odorante et voluptueuse installation de pigments et d’épices que la Bolivienne Sonia Falcone a disposée sur le sol et dont les parfums attirent de loin.

UNE ÉNERGIE INTENSE

Parfum encore : celui dont l’Uruguayen Martin Sastre raconte en vidéo l’histoire satirique. La Brésilienne Juliana Stein, le Panaméen Jhafis Quintero, l’Argentin Guillermo Srodek-Hart, le Nicaraguayen Marcos Agudelo : autant de surprises qui arrêtent le regard. Peu de points communs entre eux, si ce n’est la même volonté d’aller droit à ce qui est essentiel pour chacun d’eux, que ce soit une réflexion sur l’histoire coloniale, la situation politique ou l’autobiographie. Sans doute est-ce pourquoi leur réunion produit une impression…

En savoir plus sur http://www.lemonde.fr/culture/article/2013/06/26/experiences-sensibles-a-la-biennale_3436658_3246.html#DB4tfQIElJCPMPM2.99

“Não está claro até que a noite caia” fica em cartaz até dia 18/03 no Museu Oscar Niemeyer

BIENAL DE CURITIBA

“Não está claro até que a noite caia” fica em cartaz até dia 18/03 no Museu Oscar Niemeyer

“Não está claro até que a noite caia” fica em cartaz até dia 18/03 no Museu Oscar Niemeyer

 

A mostra “Não está claro até que a noite caia”, da artista Juliana Stein, com curadoria de Agnaldo Farias, integra a “Bienal de Curitiba 2017”.

Na exposição a artista explora as questões sobre os processos de produção da imagem fotográfica e os processos de leitura envolvidos. As obras apresentam indagações como “existe uma imagem para cada palavra? Existe uma palavra para cada imagem?” Para a artista, “a fotografia tem este caráter de traço, de ter estado na frente do objeto e, apesar disto, de funcionar dentro de um circuito enquanto algo lhe falta. A imagem fotográfica é o registro de algo, mas do quê?”.

Não está claro até que a noite caia

Arrisco, com a escrita deste texto, traçar um desenho sobre a produção dos trabalhos desta mostra. Mais precisamente sobre o lugar de onde creio partir e me enredar ao que digo aqui. Começo apontando para a sensação de que falharei e de que, como me parece, este é o risco inerente à escrita e à leitura. Sujeito-me ao risco desta escrita-desenho sob a perspectiva de que, numa frase pronunciada ou escrita, alguma coisa se estatela.

A fotografia tem este caráter de traço, de ter estado na frente do objeto e, apesar disto, de funcionar dentro de um circuito enquanto algo lhe falta.

A imagem fotográfica é o registro de algo, mas do quê? Tomando um lugar em relação a esta nebulosa verdade de que algo esteve ali da fotografia, recorro ao que ali está disposto como estatuto de letra, traço unário da escrita e que aparece como um saber que não se sabe.

Mas que tipo de semelhança pode haver entre as palavras e as coisas?

Falar e querer dizer não são a mesma coisa. Nas minhas palavras há sempre mais do que quero dizer e sempre outra coisa. Acompanhar a noite das coisas, especialmente daquelas em que o sentido é um risco e não pode ser muito bem previsto pois está sempre mais além. Falamos para dizer a verdade, que não se diz toda porque as palavras faltam.

Não está claro até que a noite caia é uma tentativa de articular espaços da fotografia em torno do sentido opaco das coisas que escapam e que nos inscrevem mais do que podemos escrever sobre elas.
Temendo e desejando estar, eu mesma, numa posição não tão visível, ocupo-me aqui justamente destas coisas que só se entregam, só se esclarecem quando olhamos meio de lado.

Texto por Juliana Stein

Agnaldo Farias
Curador do MON Curator

Aproveite para conhecer um pouco mais sobre a exposição e as obras da artista Juliana Stein.

Kunstforum Berlin

Kunstforum Berlin

Solche – wie auch immer verschlüsselten – kritischen Momente sind am ehesten in den nationalen Repräsentanzen zu finden, und sei es in den Fotoarbeiten von Juliana Stein. Die brasilianische Künstlerin hat aufnahmen gemacht, derem schäbig-schöne Ästhetik im morbiden Ambiente des Arsenale kaum auffällt und die in ihrem stillebenartigen Aufbau erst nach und nach den Misstrauen weckt. Die Umgebung, in der Stein mit ihrer Kamera tätig war, könte weniger harmlos sein, als die ersten visuellen Reize vermuten lassen: abgenutzte rissige Seifenstücke, verschiedenfarbig, abgelegt in einem einfachen Waschbecken. Oder ein verkrüppelter Schriftzug – “espera” steth da, Gragment des portugiesischen Begriffs für Wartesaal (sala de espera), aber es könte auch ein Bruchstück des wortes “esperança” sein. Das heiSt hoffnung und dürfte dort, wo Steinihre fotografische Feldforschung betrieb, mit bitterer Brisanz behaftet sein: Die Bilder ihrer Serie “Caverna” eststanden in einem Gefängnis der Millionenstadt Curitiba. In dieser ob ihrer Fortschrittlichkeit gepriesenen Metropole lebt die Künstlerin, und dort fand sie zu ihrer aktuellen künstlerischen Methode. In einem Altenpflegeheim, in dem auch einige junge Leute und Menschen mittleren Alters untergebracht waren und das sie als den “unerträgluchsten Ort com allen” empfand, fertigte Juliana Stein ihre erste Fotoserie. Sie nannte sie “Éden”.]

“Resistance” als Vorahnung

Anzeichen von Kritik am ist-Zustand einer zwischen Ignoranz gegenüber Fehlentwicklungen und zunehmend anonumisierten Herrschaftsstrukturen schlingerneden Globalgesellschaft sind nicht nur im Lateinamerikanischen Pavillon zu entdecken, in dem Stein zusammen mit weiteren Künstlern wie Guillermo Srodek-Hart aus Argentinien, dem chilenischen Duo Christóbal León & Joaquin Cociña oder Simón Veja aus El Salvador ausstellt und wo unter dem Motto “El Atlas del Impresio” vier Künstler aus Europa, sprich: der Italiener Luca Vitone sowieder Deutschen Christian Jankowski, Harun Farocki unt Anthe Ehmann in die Gesamtschau mit einbezogen sind (auch hier. Betrieb man transnationale Kooperation).