Die Wellen Brasiliens – Heiter bis glücklich

KUSTFORUM

Die Wellen Brasiliens - Heiter bis glücklich

Alle schauen jetzt nach Brasilien. Das Gastgeberland der WM rückt unweigerlich in den Fokus – auch außerhalb seiner Stadien. Die brasilianische Künstlerin Juliana Stein wirft schon seit längerem einen genauen Blick auf die Gesellschaft ihres Heimatlandes und fängt sie in subtilen Fotografien ein. In der aktuellen Arbeit mit dem Titel The Darkest Waters, die vom 27. Juni bis 15. August in der Galerie Crone ausgestellt ist, verbindet die Künstlerin die geheimnisvolle Kraft des Meeres mit brasilianischer Lebensfreude. Eine Beobachtung, die Juliana Stein während ihrer Aufnahmen an den Stränden Brasiliens machte, bringt die Ambivalenz ihrer Bilder auf den Punkt: „Die Brasilianer gehen wie kaum ein anderes Volk gerne baden, aber wirklich schwimmen können nur die wenigsten.“ Schwimmen muss man, wenn man keinen Boden mehr unter den Füßen hat und sich in die Weiten des tobenden Wassers begibt. Ohne Schwimmen zu können, genießt man die einrollenden Wellen am Ufer – die heitere Seite des Meeres – fern der geheimnisvollen Tiefe am Horizont.

Die Ausstellung „The Darkest Waters“ ist noch bis Mitte August in derGalerie Crone, Rudi-Dutschke-Straße 26, zu sehen.

(c) Juliana Stein, Galerie Crone, Berlin

Zona de silêncio

UNIVERS IN UNIVERS

Juliana Stein / Zona de silencio

Vi por primera vez las fotos de Juliana Stein en el MAC[1], durante la 5ª edición de la Bienal de Curitiba. Una de ellas -un par de pies bajo el agua, uno real y otro ortopédico- me produjo una ligera turbación que gradualmente llegó al estremecimiento. Las imágenes de Juliana Stein operan así, con intensidad progresiva, como si repitieran dentro nuestro aquel procedimiento de laboratorio, cuando de la superficie nebulosa comienzan a emerger, cada vez más nítidos, los seres y las cosas. Las breves conversaciones que mantuvimos me permitieron saber que para ella la fotografía es una práctica de indagación, de exploración. Hay una suerte de descontrol productivo en este “dejarse llevar” por personajes y situaciones que, una vez traducidos a imagen, aguijonean la percepción desde sus tonos graves y hasta desvaídos.

Juliana Stein incursiona en sitios marginales y a partir de ellos reflexiona. “Es curioso –comentó el crítico Philippe Dubois al conocer su obra- encontrar a alguien que piensa la fotografía no sólo como imagen”. Ciertamente, el abordaje de Stein trasciende la condición visual para instalar una zona de silencio que asigna a la fotografía un carácter indicial: muestra la partícula visible de un gran invisible que se manifiesta dosificadamente a través de la imagen. En este caso, el rincón de la espera en la cárcel y el andamiaje interno de la construcción de la Torre del Ojo. A propósito de esto último dice Juliana: “Essas estruturas que se vêem nas imagens e que criam este padrão de repetição que nos parece tão natural e artificial ao mesmo tempo, são aquelas estruturas com as quais ergueu-se o Olho do museu, o olho que seria a alma do museu e que representa a condição crítica da relação museu/comunidade” [2].  

Adriana Almada , julho 2012

[1] Museo de Arte Contemporáneo de Curitiba.

2 Juliana Stein. Correspondencia electrónica, 05.07.12

Expériences sensibles à la Biennale

BIENNALE DI VENEZIA

Expériences sensibles à la Biennale

Une cuve carrée pleine d’une eau verte, dans la pénombre de l’Arsenal. L’eau s’agite et des formes commencent à émerger : maquettes de bâtiments, modèles réduits d’arbres. Ces architectures sont familières : ce sont celles des pavillons nationaux des Giardini. On reconnaît colonnades, verrières, coupoles. A peine a-t-on eu le temps de se repérer, la maquette commence à s’enfoncer. L’eau verte coule dans les allées et les Giardini disparaissent, engloutis. Cette pièce du Chilien Alfredo Jaar n’est-elle qu’une provocation ? Ou l’adaptation du film catastrophe au monde de l’art ? C’est en tout cas l’une des œuvres les plus remarquées de la Biennale et l’un des signes d’une présence latino-américaine particulièrement visible et intéressante.

Si les deux précédentes Biennales étaient marquées par le surgissement du Moyen-Orient et du Maghreb – peu convaincants cette année –, l’actuelle rappelle combien ceux d’Amérique latine et d’Amérique centrale comptent aujourd’hui. Jaar, qui est né en 1956 et vit à New York, en est l’un des plus reconnus.

A quelques pas de lui se trouve l’exposition réunie par l’Institut italo-latino-americain (IILA), “El Atlas del Imperio”. Toutes les nationalités du continent se côtoient, autour de l’odorante et voluptueuse installation de pigments et d’épices que la Bolivienne Sonia Falcone a disposée sur le sol et dont les parfums attirent de loin.

UNE ÉNERGIE INTENSE

Parfum encore : celui dont l’Uruguayen Martin Sastre raconte en vidéo l’histoire satirique. La Brésilienne Juliana Stein, le Panaméen Jhafis Quintero, l’Argentin Guillermo Srodek-Hart, le Nicaraguayen Marcos Agudelo : autant de surprises qui arrêtent le regard. Peu de points communs entre eux, si ce n’est la même volonté d’aller droit à ce qui est essentiel pour chacun d’eux, que ce soit une réflexion sur l’histoire coloniale, la situation politique ou l’autobiographie. Sans doute est-ce pourquoi leur réunion produit une impression…

En savoir plus sur http://www.lemonde.fr/culture/article/2013/06/26/experiences-sensibles-a-la-biennale_3436658_3246.html#DB4tfQIElJCPMPM2.99

“Não está claro até que a noite caia” fica em cartaz até dia 18/03 no Museu Oscar Niemeyer

BIENAL DE CURITIBA

“Não está claro até que a noite caia” fica em cartaz até dia 18/03 no Museu Oscar Niemeyer

“Não está claro até que a noite caia” fica em cartaz até dia 18/03 no Museu Oscar Niemeyer

 

A mostra “Não está claro até que a noite caia”, da artista Juliana Stein, com curadoria de Agnaldo Farias, integra a “Bienal de Curitiba 2017”.

Na exposição a artista explora as questões sobre os processos de produção da imagem fotográfica e os processos de leitura envolvidos. As obras apresentam indagações como “existe uma imagem para cada palavra? Existe uma palavra para cada imagem?” Para a artista, “a fotografia tem este caráter de traço, de ter estado na frente do objeto e, apesar disto, de funcionar dentro de um circuito enquanto algo lhe falta. A imagem fotográfica é o registro de algo, mas do quê?”.

Não está claro até que a noite caia

Arrisco, com a escrita deste texto, traçar um desenho sobre a produção dos trabalhos desta mostra. Mais precisamente sobre o lugar de onde creio partir e me enredar ao que digo aqui. Começo apontando para a sensação de que falharei e de que, como me parece, este é o risco inerente à escrita e à leitura. Sujeito-me ao risco desta escrita-desenho sob a perspectiva de que, numa frase pronunciada ou escrita, alguma coisa se estatela.

A fotografia tem este caráter de traço, de ter estado na frente do objeto e, apesar disto, de funcionar dentro de um circuito enquanto algo lhe falta.

A imagem fotográfica é o registro de algo, mas do quê? Tomando um lugar em relação a esta nebulosa verdade de que algo esteve ali da fotografia, recorro ao que ali está disposto como estatuto de letra, traço unário da escrita e que aparece como um saber que não se sabe.

Mas que tipo de semelhança pode haver entre as palavras e as coisas?

Falar e querer dizer não são a mesma coisa. Nas minhas palavras há sempre mais do que quero dizer e sempre outra coisa. Acompanhar a noite das coisas, especialmente daquelas em que o sentido é um risco e não pode ser muito bem previsto pois está sempre mais além. Falamos para dizer a verdade, que não se diz toda porque as palavras faltam.

Não está claro até que a noite caia é uma tentativa de articular espaços da fotografia em torno do sentido opaco das coisas que escapam e que nos inscrevem mais do que podemos escrever sobre elas.
Temendo e desejando estar, eu mesma, numa posição não tão visível, ocupo-me aqui justamente destas coisas que só se entregam, só se esclarecem quando olhamos meio de lado.

Texto por Juliana Stein

Agnaldo Farias
Curador do MON Curator

Aproveite para conhecer um pouco mais sobre a exposição e as obras da artista Juliana Stein.

Bienal do Mercosul rompe fronteiras e vai explorar o “Triângulo do Atlântico”

Bienal do Mercosul rompe fronteiras e
vai explorar o "Triângulo do Atlântico"

Em coletiva, curador Alfons Hug detalhou temática da edição de 2018, que valoriza a arte africana

Os oceanos são fontes ricas de memória, mas nenhum ultrapassa o Atlântico com sua coleção de eventos dramáticos os quais auxiliaram a formar o Novo Mundo. Nas águas do chamado “mar de Atlas”, armas da Europa partiram para a África, de onde nativos foram enviados como escravos para as Américas, que, por sua vez, comercializaram açúcar e algodão com os europeus. Resgatando a relação entre os três continentes, o “Triângulo do Atlântico” foi escolhido como o tema da 11ª Bienal do Mercosul. Nesta segunda-feira, o crítico alemão Alfons Hug foi oficializado como curador-geral do evento, que acontece em Porto Alegre somente em 2018, e deu detalhes sobre a temática.

“A Bienal tem uma vocação mais do que regional. E eu sempre vou defender que é preciso ter uma forte cor local, mas é preciso ter diálogo com outras”, afirmou Hug, relembrando que, desde sua primeira edição, a mostra já reuniu trabalho de mais de 1400 artistas da América Latina. Nascido em Hochdorf, ele estudou Linguística, Literatura Comparada e Cultura em Freiburg, Berlim, Dublin e Moscou. Atualmente, dirige o Instituto Goethe em Lagos, capital da Nigéria, e foi o primeiro estrangeiro a assumir a curadoria da Bienal Internacional de São Paulo, em 2002.

Cerca de 60 artistas oriundos dos três continentes, interligando e ao mesmo tempo expondo a tensão cultural no contexto destes locais, devem compor o acervo da exposição. O Diretor Presidente da 11ª Bienal do Mercosul, Gilberto Schwartsmann, aproveitou a ocasião para lembrar que será preciso vencer desafios financeiros para a execução do projeto curatorial da próxima edição do evento. Em função disso, Hug explicou que almeja trazer para a Capital obras extraídas da coleção africana “Olufemi Akinsanya”, composta por esculturas de todas as regiões da Nigéria, de exemplos de obras das culturas locais Yoruba, Igbo e Urhobo, mas que isso pode ser inviabilizado justamente pelas questões financeiras e de logística envolvidas. “

Os trabalhos expostos vão resgatar situações que surgiram dentro do “Triângulo Atlântico”. “Para interpretar o mundo contemporâneo, é bom perguntar para os mestres antigos. Isso permite esclarecer como se lidava com diferenças culturais na antiguidade”, defendeu o curador. Assim, a Bienal apresentará produções já existentes mas também encomendadas aos artistas pela organização sobre temas cruciais e relevantes para o entendimento da temática. 

Ao todo, serão seis eixos. O primeiro deles é o chamado “bairro brasileiro” de Lagos, construído no século XIX pelos “retornados”, isto é, escravos que regressavam do Brasil e constituíam uma espécie de elite da cidade. Até hoje, seus descendentes guardam sobrenomes e costumes brasileiros, como o idioma e uma escola de samba.

O segundo tópico é o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, no qual funcionava um mercado de escravos descoberto durantes escavações que precederam as obras de urbanização para as Olimpíadas. “No local, foram vendidos mais de um milhão de escravos em três séculos”, comentou Hug. Os 130 quilombos existentes no Rio Grande do Sul, onde há registros de escravidão desde 1737, compõem o terceiro tópico de pesquisa, enquanto o quarto diz respeito à Berlim, onde foi realizada a Conferência do Congo em 1885, na qual a África foi rateada entre as potências coloniais. Um artista irá se debruçar sobre a ata geral deste encontro.

A quinta área referida é o Museu Marítimo de Lisboa, fundado por José Antonio Gonzales e que inclui em seu acervo navios antigos, pinturas e documentos da época da chegada ao Brasil. Um recorte mais atual tomará forma com obras sobre ilha italiana de Lampedusa, onde desembarcam dezenas de milhares de refugiados africanos. O local foi tema do documentário “Fuocoammare” (Fogo Ao Mar), que venceu o Leão de Ouro no Festival de Berlim de 2016

Considerando a enorme diversidade cultural e linguística tanto das Américas quanto da África, a Bienal apresentará uma instalação sonora coletiva constituída por uma seleção de línguas nigerianas e indígenas. O programa deve oferecer ações que envolvam pessoas que não tem acesso à arte, lançando mão de linguagens digitais. Hug ainda recordou que há uma carência na pesquisa sobre a arte negra e africana e que, somente nas últimas décadas, houve uma maior preocupação na área.